terça-feira, 17 de junho de 2008

1995 - Sonhos Tropicais - Imagens I

Seguem agora as primeiras imagens da série "Sonhos Tropicais", iniciada em 1995.

NATUREZAS MORTAS:



1 - Fruteira Branca - óleo e pasta de cera s/ mansonite - peq. formato - 1995.


2- A Hora da Ceia - óleo e pasta de cera s/mansonite - peq. formato - 1995.


3- A Hora do Encantamento - óleo e pasta de cera s/ mansonite - peq. formato - 1995.


4- Cerâmicas - óleo e pasta de cera s/mansonite - peq. formato - 1995.


5 - Composição I - óleo e pasta de cera s/mansonite - 60 X 90 cm - 1995.

6 - Composição II - óleo e pasta de cera s/mansonite - 60 X 90 cm - 1995.

7- Composição III - óleo e pasta de cera s/mansonite - 60 X 90 cm - 1995.

8 - Sob a Luz do Luar - óleo e pasta de cera s/ mansonite - peq. formato - 1995.

9-Frutas Vermelhas - óleo e pasta de cera s/mansonite - 90 X 60 cm - 1995.

10 - Peixe Azul -óleo e pastade cera s/mansonite - peq. formato - 1995.
11 - Silêncio - óleo e pasta de cera s/mansonite - peq. formato - 1995.
12 -O Jantar Está Servido - óleo e pasta de cera s/mansonite - peq. formato - 1995.
13 - Sob a Luz do Luar II - óleo e pasta de cera s/mansonite -peq. formato - 1995.
Estas são as primeiras naturezas-mortas que pintei dentro da série “Sonhos Tropicais". Há nelas, num primeiro olhar, certa simplicidade que as coloca muito próximas da arte popular, onde tudo é mostrado bem claramente, de maneira muito explícita, como em certas pinturas “naifs”.

O que inicialmente salta aos olhos é o seu intenso cromatismo (característica de quase toda a minha pintura em qualquer época), com fortes contrastes quente-frio (especialmente entre as complementares azul e laranja). Depois os contornos pesadamente marcados em preto, assim como as sombras muito escuras (também em preto), servem para deixar os objetos ainda mais evidenciados, como seres que requerem para si toda a nossa atenção. E além disso, cada área de cor ainda tem texturas aplicadas em tonalidades geralmente mais claras, tornando a superfície pictórica mais vibrante. O resultado é uma "festa para os olhos".

Contudo, passado o primeiro impacto, estes trabalhos demonstram que possuem também uma outra possibilidade de leitura, de fundo mais sutil, que nasce da associação de elementos estranhos entre si na criação de algumas destas composições, por exemplo: a forma de cabeça de boi (com os chifres) da “Fruteira Branca”; o olhar sério da cabeça africana, que nos observa a partir da mesa, em associação com o peixe azul entrevisto no chão e o relógio antigo ao fundo de “A Hora do Encantamento”; a reunião bastante arbitrária de objetos como o dinossauro de cerâmica, a lata de cerveja, o “I Ching”, o boi colorido do “boi-bumbá” e as esculturas em forma peixe, elementos vistos nas "Composições" I,II e III. Esta associação de objetos curiosos, além da forma exagerada como foram pintados, de caráter expressionista, geram uma sensação de estranheza que faz com estas pinturas saiam do contexto tradicional do gênero “natureza-morta” para um outro bem mais interessante, originando uma ligação com um mundo sensual, tropical e cheio de situações absurdas típicas do Surrealismo.

A partir daí já se começa a perceber que a “simplicidade” inicial era apenas uma primeira impressão, apressada, e que estas pinturas, escondem seus segredos e sutilezas, apesar de tão “escrachadas” ao nosso olhar.

Mais uma prova disso, voltando às considerações plásticas do segundo parágrafo, é o paradoxo que surge a nossa compreensão visual a respeito do “volume” e do “plano” dentro destas composições. Isto acontece porque o exagerado claro-escuro que modela as formas, dando-lhes aparência de possuírem bastante volume e peso é contrariado pela saturação das cores, particularmente dos laranjas, vermelhos e amarelos, que saltam fortemente à frente, dando uma sensação de “planaridade” às áreas sobre as quais foram aplicados. Somado a isto, existe uma perspectiva "torta", criando um espaço propositalmente distorcido em que foram inseridos os objetos, trazendo-nos a idéia de acúmulo, de muita coisa em pouco espaço. Estas características, associadas ao cromatismo forte, estão presentes também em muito do que se faz nas artes gráficas para a ilustração de quadrinhos e, mais uma vez, na arte popular (grafites murais, cartazes promocionais etc.).

Vou ficando por aqui. Muitas outras considerações podem ser feitas sobre estas pinturas e as demais desta série, mas por enquanto deixo que o visitante tire suas próprias conclusões.

Na próxima postagem desta série trarei as pinturas cuja temática são "os recantos da casa".

5 comentários:

Anônimo disse...

Such a nice blog. I hope you will create another post like this.

Anônimo disse...

Nice blog. Thats all.

Ricardo A. B. Pereira disse...

Thank you, Powerball. Visit my blog always more to learn my work of art.

Ricardo A. B. Pereira

Claudia Loureiro disse...

Olá Ricardo!!

Pode me responder uma duvida, faço utilitarios cuias, pratos e xicaras, decorei umas peças em engobe comercial, elas foram queimadas à lenha umas não fixou o engobe, outras (vermelho)parece que vitrificou e estourou, as que ficaram "boa" passei um esmalte transparente alcalino e fiz a fusão no forno eletrico à 980º onde tinha engobe o esmalte correu até a borda do decorado, estou querendo aplicar de novo o engobe,
minha duvida é, o problema ocorreu por não ter atingido a temperatura de 980 na queima à lenha?
Muito Grata pela atenção
Claudia Loureiro.

Ricardo A. B. Pereira disse...

Oi, Cacau. Lhe responderei por e-mail a esta questão sobre cerâmica.

Um abraço.

Ricardo A. B. Pereira