sábado, 14 de dezembro de 2013

SETE PINTURAS FEITAS EM 2000 E ATUALIZADAS AGORA EM 2013

Revendo alguns trabalhos meus, topei com as sete pinturas expostas a seguir feitas em 2000. Constatei que, apesar de estarem em bom estado de conservação após treze anos guardadas no sótão, necessitavam de limpeza e reparos em alguns arranhões sofridos por atritos. Diante disso, trabalhei nelas no sentido de reparar estes problemas, aproveitando para acentuar algumas cores visando atualizá-las para meu atual interesse cromático (que não está muito distante daquele do início do século XXI).

Estas pinturas se inserem perfeitamente dentro do meu tema favorito nos últimos vinte anos: a arte africana. Portanto, posso incluí-las na série "Afro-brasileira" que tenho mostrado por aqui e no meu outro blog sobre minha cerâmica e escultura. O diferencial nestes trabalhos está no processo de realização deles, nos quais utilizei massa acrílica para modelar as formas, especialmente os contornos e texturas sobre os quais entrei com as cores e com colagem, em alguns casos. Depois destes trabalhos, nunca mais voltei a trabalhar com massa acrílica para este fim, pois este procedimento "amarra" demasiadamente a forma e fica difícil fugir dela depois. Contudo, como naquela ocasião, continuo ainda hoje considerando que tais obras foram bem sucedidas seja do ponto de vista da técnica, seja no seu aspecto semântico. Quero dizer com isso que a forma está perfeitamente apta a expressar um conteúdo que pode ser compreendido por mais de uma maneira, sendo o resultado expressivo e atraente (pelo menos do meu ponto de vista).

A técnica utilizada é mista, mas como este termo praticamente não diz coisa alguma, prefiro deixá-la perfeitamente explícita: têmpera de caseína, guache, tinta acrílica, óleo, pasta de cera, colagem e massa acrílica sobre mansonite montado. Nem todos os trabalhos apresentam colagem; nos que apresentam, se trata de recortes de tecido e de barbante de algodão colados ao suporte para criarem contornos ou modelarem formas planas.

Segue, então, o conjunto completo desta série feita em 2000 e atualizada agora, em 2013.

RICARDO AB PEREIRA  - "Procópio" - Caseína, guache óleo, pasta de cera e massa acrílica s. mansonite, 61 X 45 cm, 2000/2013.

RICARDO AB PEREIRA  - "Benevides" - Caseína, guache, óleo, pasta de cera,colagem e massa acrílica s. mansonite, 61 X 45 cm, 2000/2013.

RICARDO AB PEREIRA  - "O inca verde" - Caseína, guache, tinta acrílica, óleo, pasta de cera,colagem e massa acrílica s. mansonite, 61 X 45 cm, 2000/2013.

RICARDO AB PEREIRA  - "O pequeno Alfredo" - Caseína, guache, tinta acrílica, óleo, pasta de cera,colagem e massa acrílica s. mansonite, 61 X 45 cm, 2000/2013.

RICARDO A B PEREIRA  - "Ronaldão" - Caseína, guache, óleo, pasta de cera,colagem e massa acrílica s. mansonite, 61 X 45 cm, 2000/2013.

RICARDO A B PEREIRA  - "Onça pintada" - Caseína, guache, tinta acrílica, óleo, pasta de cera e massa acrílica s. mansonite, 61 X 45 cm, 2000/2013.

 RICARDO A B PEREIRA  - "Patrick" - Caseína, guache, óleo, pasta de cera e massa acrílica s. mansonite, 61 X 45 cm, 2000/2013.

Até a próxima. Um abraço a todos.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

GENTE AFRO-BRASILEIRA - XILOGRAVURAS

Já faz um bom tempo que não posto nada a respeito das minhas gravuras, por isso vou postar agora uma série recente de xilogravuras cujo tema, mais uma vez, trata da “máscara afro-brasileira”.  Em outras ocasiões, mostrando aqui pinturas e, no meu outro blog, esculturas de minha autoria, expliquei o que pretendo com estes trabalhos e como entendo este tema. Mas não me custa voltar a falar do assunto. Não é nenhuma novidade a participação histórico-cultural da África em nossa formação como povo; os exemplos abundam e não vou aqui citá-los porque são do conhecimento de todos. Todavia, por isso mesmo, na maioria das vezes, passamos “batidos” por estas manifestações e não nos damos conta do quanto somos parte delas. Então, enquanto artista e afro-descendente resolvi, já faz um bom tempo, explicitar estes nossos laços ancestrais através da minha arte. Por isso, partindo das máscaras e esculturas africanas, crio os meus personagens afro-brasileiros de um jeito bastante livre e pessoal.

Logicamente não é possível que se ignore os aspectos simbólicos que estas referências trazem para o meu trabalho, contudo eles não são propositalmente buscados. Estas figuras, desta maneira, não representam entidades das religiões afro-brasileiras. Para mim elas são personagens comuns do nosso dia-a-dia que carregam nomes comuns (alguns nem tanto), cujo principal interesse que possuem está em seu aspecto plástico. Com isso quero dizer que o que mais me interessa ao realizar estes trabalhos (sejam gravuras, esculturas ou pinturas) é o exercício criativo tendo como base a linguagem da arte africana em seus diversos aspectos, principalmente em seu poder de síntese da forma humana. Por outro lado, o jogo com a forma geralmente me leva a resultados um tanto cômicos e irônicos que considero como marca do meu trabalho. Este é, um aspecto “espiritual” que emerge destas formas. Pois, pensando de uma forma geral sobre a arte, acredito que ela tenha um potencial transformador sobre a vida, positivo e para melhor. Sendo assim, estas minhas criaturas são seres afro-brasileiros bem-humorados (na maioria das vezes), vivendo suas vidas da mesma forma que cada um de nós vivemos diariamente as nossas .


Portanto, vamos a elas, desta vez em sua apresentação xilográfica:

Ricardo A. B. Pereira - Aparício, xilogravura, 41,5 X 29 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Bete, xilogravura, 42  x 29 cm, 2013.
Ricardo A. B. Pereira - Felisberto, xilogravura, 42 X 28,5 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Felícia, xilogravura, 41,5  x 28,5 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Gumercindo, xilogravura, 42 X 29 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Jamilson, xilogravura, 42 X 29 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Joca, xilogravura, 40 X 27,5 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Jonas, xilogravura, 41 X 29 cm, 2013 .

Ricardo A. B. Pereira - Laurentino, xilogravura, 40 X 27,5 cm, 2013 .

Ricardo A. B. Pereira - Lopes, xilogravura, 42 X 29 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Mariano, xilogravura, 38,5 X 27 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Matilde, xilogravura, 46 X 31 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Plínio, xilogravura, 39,5 X 24,5 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Reinaldo, xilogravura, 41,5  x 29 cm, 2013. 

Ricardo A. B. Pereira - Rodolfo, xilogravura, 45,5 X 31 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Silva, xilogravura, 38,5  x 28 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Zé Roberto, xilogravura, 39,5  x 24,5 cm, 2013. 

Ricardo A. B. Pereira - Paulão, xilogravura, 42 X 29 cm, 2013.

Até a próxima.

terça-feira, 21 de maio de 2013

HOMEM-DRAGÃO - Duas experiências em afresco cimentíceo

Agora vou trazer  imagens de algumas experiências recentes minhas com uma variação da técnica do afresco. Nelas, no lugar da tradicional argamassa de cal e areia, utilizei cimento branco e sílica. Os pigmentos utilizados, a maioria minerais, foram dispersos somente em água e, também como no afresco tradicional, foram aplicados sobre a argamassa úmida, fixando-se perfeitamente na superfície de cimento branco após o endurecimento completo. Passaram muito bem pelo teste da aplicação direta de água após 24 h da pintura realizada. Como trata-se de afresco móvel, utilizei como suporte duas lajotas cerâmicas de 30 X 30 cm; para os testes de cor trabalhei com peças de granito de 15 X 15 cm.

As cores ficaram luminosas e as pinceladas bem visíveis, refletindo a rapidez com que fiz as duas versões do Homem-Dragão. O resultado está bem rústico, mas é possível um tratamento mais suave se a pintura for feita mais lentamente. Acredito que o procedimento também funcione numa parede bem preparada para receber pintura mural, em especial para este tipo de afresco com cimento, mas seria necessário fazer outros testes antes de se executar  um trabalho em grande escala. Como cal e cimento são materiais diferentes, comportam-se de maneiras diferentes, sendo que o segundo endurece muito mais rapidamente do que o primeiro. Isto pode ser uma vantagem a seu favor. Seguem as imagens.

Ricardo A. B. Pereira - Teste de cor sobre afresco cimenticeo, 15 X 15 cm, 2013.



Ricardo A. B. Pereira - Teste de cor sobre afresco cimenticeo, 15 X 15 cm, 2013.



Ricardo A. B. Pereira - Teste de cor sobre afresco cimenticeo, 15 X 15 cm, 2013.


Ricardo A. B. Pereira - Teste de cor sobre afresco cimenticeo, 15 X 15 cm, 2013.


Ricardo A. B. Pereira - Teste de cor sobre afresco cimenticeo, 15 X 15 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Teste de cor sobre afresco cimenticeo, 15 X 15 cm, 2013.


Ricardo A. B. Pereira - O Homem-Dragão, afresco cimentíceo sobre lajota cerâmica, 30 X 30 cm, 2013.


Ricardo A. B. Pereira - O Homem-Dragão, afresco cimentíceo sobre lajota cerâmica, 30 X 30 cm, 2013 - detalhe.


Ricardo A. B. Pereira - O Homem-Dragão, afresco cimentíceo sobre lajota cerâmica, 30 X 30 cm, 2013 - detalhe.


Ricardo A. B. Pereira - O Homem-Dragão, afresco cimentíceo sobre lajota cerâmica, 30 X 30 cm, 2013 - detalhe.


Ricardo A. B. Pereira - O Homem-Dragão, afresco cimentíceo sobre lajota cerâmica, 30 X 30 cm, 2013 - detalhe.


Lajota de piso  utilizada como suporte - frente.


Lajota de piso  utilizada como suporte - verso.

Ricardo A. B. Pereira - O Homem-Dragão - 2ª versão, afresco cimentíceo sobre lajota cerâmica, 30 X 30 cm, 2013.


Ricardo A. B. Pereira - O Homem-Dragão - 2º versão, afresco cimentíceo sobre lajota cerâmica, 30 X 30 cm, 2013 - detalhe.


Ricardo A. B. Pereira - O Homem-Dragão - 2º versão, afresco cimentíceo sobre lajota cerâmica, 30 X 30 cm, 2013 - detalhe.


Ricardo A. B. Pereira - O Homem-Dragão - 2º versão, afresco cimentíceo sobre lajota cerâmica, 30 X 30 cm, 2013 - detalhe.


Estes trabalhos são apenas experiências iniciais. Na medida do possível realizarei outras com este material. Até a próxima.

domingo, 28 de abril de 2013

FANTASIAS ORIENTAIS

Saindo do âmbito das composições afro-brasileiras apresentarei agora três composições que misturam um tema oriental - o bonsai -, com imagens das recentes esculturas esmaltadas que fiz para acompanhar as cabeças de cimento e cerâmica cujas imagens podem ser vistas em http://rpceramica-arte.blogspot. com. br . Estas pinturas tem um sentido místico e  bem humorado. Para realizá-las trabalhei com transparências de cor - veladuras-, propiciadas pela combinação da pasta de cera com o óleo sobre uma base de têmpera de caseína. Me agrada este efeito em que as cores ganham força pela sobreposição de camadas finas, aplicadas gradativamente, para as quais a luz tem uma importância fundamental. Estas são, portanto, obras "meditativas", contudo vivamente coloridas como a maior parte das minhas pinturas.

Ricardo A. B. Pereira - A sereia e o bonsai - óleo e pasta de cera sobre tela colada em compensado, 34 X 38 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Energia cósmica, óleo e pasta de cera sobre tela colada em compensado, 40 X 35 cm, 2013.

Ricardo A. B. Pereira - Meditando à sombra do bonsai, óleo e pasta de cera sobre tela colada em compensado, 40 X 45 cm, 2013. 
Como nas Composições Afro-brasileiras expostas anteriormente, as composições acima juntam no contexto da pintura trabalhos meus do campo tridimensional, realizando, assim, uma metalinguagem com a qual, de certa forma, comento, integrando-os, os meus diferentes interesses artísticos.

Na próxima postagem trarei algumas paisagens recém-terminadas. Até lá.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

QUATRO COMPOSIÇÕES AFRO-BRASILEIRAS

O tema da "Afro-brasilidade" é frequente em minhas obras, como já ficou claro para quem acompanha o meu trabalho na pintura, na cerâmica, na gravura ou na escultura. Mas isto não acontece  por eu ser um especialista em arte africana, em história da África ou, muito menos, nas culturas e religiões africanas que se misturaram com a européia e a  indígena para formar o nosso sincretismo tão característico. Com certeza, estes não são os motivos. Na verdade, como já afirmei mais de uma vez, meu interesse é basicamente de ordem plástica; então interessam-me particularmente as características visuais das máscaras, das esculturas e as da arte africana em geral, seu estilo sintetizador da forma, independentemente do que simbolizam. Por isso, meus personagens "afro-brasileiros" não representam quaisquer entidades, deuses,orixás, encantamentos etc. das religiões afro-brasileiras. São eles, apenas, fulanos e ciclanos com traços africanos nascidos no Brasil a partir da minha imaginação sincrética. Meu objetivo, portanto, é, parafraseando certas características da arte africana, criar um universo que não só remeta àquela cultura ancestral, além de possivelmente à outras, mas que também crie um universo particular, com uma beleza específica no trato com as cores e formas com as quais, direta ou indiretamente, por nossa ligação com a África, convivemos.

Vem daí que resolvi criar composições pictóricas em que estejam presentes imagens de criações realizadas em outros meios  utilizados por mim e que abordem esta afro-brasilidade. Estas composições nada mais são do que "naturezas-mortas", um gênero de pintura com enorme tradição na Cultura Ocidental. Desta forma, peguei esculturas em cerâmica ou cimento que realizei recentemente ( expostas em http://rpceramica-arte.blogspot.com.br ) e, associando-as com outros elementos de caráter cênico, criei composições muito coloridas que podem ser entendidas de um ponto de vista plástico, mas que devido às relações criadas entre objetos com significados muito diferentes, também permitem uma leitura simbólica. Isto não que dizer que sejam "despachos pintados", porém que, de acordo com a imaginação de cada um, podem e devem suscitar interpretações variadas (inclusive, quem sabe, a de "despacho").

Por outro lado, estas pinturas estão num claro contexto de metalinguagem, pois me refiro a minha própria obra (no caso a tridimensional) através da criação de outras obras (de caráter bidimensional), o que, evidentemente agrega novos valores tanto a uma quanto a outra.  Esta inter-relação entre os gêneros artísticos me parece muito sugestiva, verdadeiramente instigante para a imaginação, o que é algo muito importante quando o assunto é arte.

Seguem as quatro Composições afro-brasileiras:

1- Ricardo A. B. Pereira - Composição afro-brasileira I, têmpera de caseína, óleo e pasta de cera sobre tela colada em compensado, 50 X 45 cm, 2013.

2- Ricardo A. B. Pereira - Composição afro-brasileira II, têmpera de caseína, óleo e pasta de cera sobre tela colada em compensado, 69,5 X 43,3 cm, 2013.

3- Ricardo A. B. Pereira -Composição afro-brasileira III, têmpera de caseína, óleo e pasta de cera sobre tela colada em compensado, 33,5 X 40 cm, 2013.

4- Ricardo A. B. Pereira - Composição afro-brasileira IV, têmpera de caseína, óleo e pasta de cera sobre tela colada em compensado, 50 X 35 cm, 2013.

Vou ficando por aqui. Um abraço e  até a próxima.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

POLÍPTICO MURAL: O QUE O POVO QUER SABER?

Durante as duas primeiras semanas de janeiro deste ano de 2013 realizei uma pintura mural no muro da residência onde moram minha irmã, Regilan, e minha mãe, D. Zezé. Como futuramente esta residência poderá se transformar num ponto de encontro para discussões sobre Teatro, que é a área de interesse profissional de minha irmã, propus como tema a criação de cinco "retratos afro-brasileiros" que funcionassem como "vizinhos" em diálogo e, ao mesmo tempo, fossem como atores mascarados em cena. Com a aprovação imediata da proposta, iniciei o trabalho.

O muro da fachada que foi usado como suporte é muito sólido e bem construído, medindo 1,54 X 6,86 cm. Ele apresentava uma abertura redonda de meia polegada para escoar a água da chuva, que foi fechada (a água da chuva agora é escoada por outra passagem fora do muro). Estava revestido por algumas camadas de tinta epóxi e acrílica na cor verde, resistentes mas desgastadas. Porém, a maior dificuldade a ser vencida seria a forte textura quadriculada apresentada pelo revestimento original feito com ladrilhos cerâmicos. Como esta textura me dificultaria muito a execução da pintura, decidi nivelá-la com massa acrílica de boa qualidade.

Os passos da preparação do muro antes da execução da pintura foram os seguintes:

1 - Lixamento de toda a superfície com lixa d'água visando remover as partes soltas da pintura verde existente, lavando-a abundantemente, a seguir, com água.

 2 - Aplicação, com rolo de lã, de duas camadas selador acrílico de boa marca comercial.

3 - Após demarcação das áreas das figuras, aplicação de duas camadas  massa acrílica de boa marca comercial, nivelando-as a seguir com lixadeira elétrica.

4 - Aplicação de nova camada de selador acrílico.

5 - Aplicação de uma camada de tinta acrílica na cor ocre, de boa marca comercial, visando dar um base de cor terciária para iniciar a pintura.

Após a realização destas etapas preparatórias, lancei o desenho, cujo projeto está apresentado mais adiante, e dei início a obra. Tive o cuidado de realizá-la segundo uma sequência bem ordenada, buscando manter sempre uma leitura clara do conjunto, deixando os detalhes individuais de cada figura para o final. Utilizei na pintura tinta acrílica para artistas de duas marcas nacionais muito conhecidas e de boa qualidade, vendida em potes plásticos. Após o término, apliquei uma camada de verniz acrílico para paredes, também de ótima marca comercial, protegendo a obra contra danos por um bom tempo.

A  sequência de fotos seguinte mostrará o andamento de todo o processo desde a preparação do muro até a sua conclusão:

1- Estado em que se encontrava o muro antes do início da preparação.

2 - Lixando o muro com lixa d'água.

3 - Detalhe do lixamento.

4 - Lavando o muro após o lixamento.


5 - Detalhe mostrando o forte relevo quadriculado do muro.


6- Aplicação de selador acrílico.

7 - Aplicação de selador acrílico.
8 - Aplicação de massa acrílica com desempenadeira de aço.

9 - Detalhe da aplicação da massa acrílica.



10 - Lixando a massa após a secagem total da mesma.


11 - Detalhe do lixamento da massa acrílica com lixadeira elétrica..


12 - Após a aplicação de uma camada de selador acrílico sobre a massa lixada, aplicação de base acrílica na cor ocre.

13 - Lançamento do desenho com lápis litográfico.

14 - Lançamento do desenho com lápis litográfico.

15- Lançamento do desenho com lápis litográfico.


16 - Lançamento do desenho com lápis litográfico.

17 - Lançamento do desenho com lápis litográfico.

18 - Lançamento do desenho com lápis litográfico.



19 - Muro com o desenho lançado.

20 - Ricardo A. B. Pereira -"O Que o Povo Quer Saber?" projeto para políptico mural, lápis de cor sobre papel milimetrado, 8,5 X 42 cm, 2013.


21 - Lançamento da segunda cor - "céu" da paisagem do fundo.
22 - Lançamento da terceira cor - "colinas" da paisagem do fundo.


23 - Lançamento parcial das cores do fundo e das figuras.


24 - Conclusão da primeira etapa da pintura com o lançamento completo de todas as cores do fundo e das figuras.



25 - Trabalhando nos detalhes de uma das figuras.


26 - Trabalhando na passagem de tom no "céu " ao redor de uma das figuras.


27 - Ricardo A. B. pereira - "O Que o Povo Quer Saber?", políptico mural, tinta acrílica, 1,54 X 6,86 cm, 2013. (mural concluído)






28 - Ricardo A. B. pereira - "O Que o Povo Quer Saber?", políptico mural, tinta acrílica, 1,54 X 6,86 cm, 2013 (mural concluído - vista frontal da fachada).

29 - Ricardo A. B. pereira - "O Que o Povo Quer Saber?", políptico mural, tinta acrílica, 1,54 X 6,86 cm, 2013 (mural concluído - vista lateral da fachada).

30 - Ricardo A. B. pereira - "O Que o Povo Quer Saber?", políptico mural, tinta acrílica, 1,54 X 6,86 cm, 2013 (mural concluído - vista lateral da fachada).



31 - Ricardo A. B. pereira - "O Que o Povo Quer Saber?" Políptico mural,  Figura 1.

32 - Ricardo A. B. pereira - "O Que o Povo Quer Saber?" Políptico mural,  Figura 2.

33 - Ricardo A. B. pereira - "O Que o Povo Quer Saber?" Políptico mural,   Figura 3.

34 - Ricardo A. B. pereira - "O Que o Povo Quer Saber?" Políptico mural,   Figura 4. .






35 - Ricardo A. B. pereira - "O Que o Povo Quer Saber?" Políptico mural,   Figura 5.


36 - Detalhe.

37 - Detalhe.



38 - Detalhe.

39 - Detalhe.






40 - Detalhe.

41 - Detalhe.





42 - Detalhe.

43 - Detalhe.
44 - Detalhe.

45 - Detalhe.

46 - Detalhe.

 47 - Detalhe.












Durante a execução da pintura a curiosidade dos vizinhos e dos passantes foi muito despertada. Todos queriam saber o que viria a funcionar na casa, se seria escola, creche, igreja (?!), salão de festas. Ficavam surpresos ao saberem que, por enquanto, a casa continuaria sendo apenas uma residência familiar. Pensando nisso - e nas perguntas do tipo: "são egípcios?", "são carrancas?" "São maçons?" "São capetas"? -, resolvi intitular o trabalho como "O Que o Povo Quer Saber?". Enfim, é uma obra aberta as mais variadas leituras como tudo o que faço. Todavia, tem como base a nossa ancestralidade africana, a Cultura Popular Brasileira e algumas referências composicionais à pintura do Renascimento.

Pelos comentários que obtive espontaneamente da maioria dos que pararam para falar comigo, pude concluir que o trabalho agradou aos vizinhos e ao povo que passa por ali diariamente. Sendo assim, acredito que esta pintura, por sua estranheza naquele ambiente simples e suburbano, marcou o espaço, introduzindo um elemento novo e chamativo para o local. Além disso, eu creio, acrescentou um toque de humor não só á residência da minha família como à toda rua, obrigando as pessoas a saírem, mesmo que rapidamente, de suas rotinas e a se aproximarem de um universo diferente do cotidiano - o universo da arte.

Fiquei muito feliz por ter podido concluir este políptico mural, que mesmo tendo sido feito com muita pressa (por causa de outros compromissos urgentes), atingiu seu objetivo maior que era o de transformar para melhor a fachada da casa e, por conseguinte, o ambiente ao redor.

É neste sentido que sempre afirmo: a Arte pode melhorar o mundo.