VIAGEM A TRANCOSO - Paisagens - 2008/2009

Continuando o tema da pintura de paisagem, vou relatar agora a minha mais sistemática experiência neste campo, que é a série “Viagem a Trancoso”, iniciada em 2008 e concluída no início deste ano de 2009. O motivo desta série de pinturas de paisagens, da qual vou postar aqui uma seleção de imagens, foi a viagem que fiz no carnaval de 2008 ao povoado de Trancoso, localizado no sul da Bahia, região aonde se deu o descobrimento do Brasil. Este local belíssimo me “encheu os olhos” com a beleza dos seus rios, praias, casarios e manifestações culturais. Além de Trancoso ainda pude visitar Caraíva, Porto Seguro e Arraial D’Ajuda, locais também muito interessantes.

Não fui para lá com uma intenção definida de pintar suas paisagens, apenas de passear e tirar boas fotos, contudo me entusiasmei tanto com o que vi que comprei numa papelaria um bloco escolar de desenho e um lápis e saí desenhando tudo o que achava interessante, além de fazer muitos registros fotográficos. Ao voltar para cas em Niterói (RJ), ainda repleto com o entusiasmo da viagem, resolvi começar a pintar, sem muita pretensão, algumas daquelas imagens desenhadas e fotografadas, apenas para expressar o que estava sentindo a partir daquela experiência feliz vivida. E assim fui me entusiasmando cada vez mais e quando dei por mim já tinha umas quinze pinturas concluídas (o total da série é de trinta e duas obras terminadas). Todas foram pintadas com óleo e pasta de cera sobre compensado ou mansonite, sendo a maioria de médio e pequeno formato.

E para coroar o trabalho, logo que as terminei pude expô-las na nova Galeria Macunaíma da Escola de Belas Artes da UFRJ, exposição que está ocorrendo agora, tendo sido inaugurada em 28 de abril passado, a ser encerrada a 09 de maio próximo.

Segue uma seleção das obras; na próxima postagem colocarei as fotos da inauguração, o convite e os dois textos de apresentação, um de minha autoria e o segundo de Marcelo Duprat, amigo e colega professor da EBA.

1- "No Quadrado de Trancoso"- 6o X 45 cm - 2008.

2- "Cena Pastoral no Quadrado de Trancoso" - 60 X 45 cm - 2008.

3- "A Caminho da Praia dos Nativos" - pequeno fomato - 2009.

4- "De volta da Prai dos Nativos" - pequeno fomato - 2009.

5-"Duas Amigas noQudrado de Trancoso" - 60 X 45 cm - 2008.

6- "Praia dos Coqueros" - pequeno fomto - 2008.

7- "Bangalô no Rio Trancoso" - 60 X 45 cm - 2008.

8- "Ilhotas no Rio trancoso" - pequeno formato - 2008.

9- "Igreja de S. João em Trancoso" - pequeno formto - 2008.

10- "Igreja em Arraial D'Ajuda" - 60 X 45 cm - 2008.

11- "Rua de Areia em Caraíva" - pequeno fomato - 2008.

12- "Subindo o Rio Caraíva" - 60 X 45 cm - 2008.

13- "Estuário do Rio Trancoso" - médio formato - 2009.

14- "Cabana de pescador no Rio Trancoso" - 2008.

15- "Banho Tranquilo no rio Trancoso" - 60 X 45 cm - 2008.

16- "Banho no Rio Trancoso" - 60 X 45 cm - 2008.

17- "Casa Magenta em Caraíva" - 60 X 45 cm - 2008.

18- "Casa Amarela em Caraíva" - pequeno formato - 2008.

19- "Rio e Mar em Trancoso" - 60 X 45 cm - 2008.

20- "O Mar Invadindo o Rio da Barra" - 60 X 45 cm - 2008.

21- "Passeio em Caraíva" - médio formato - 2008.

22- "Na Praia dos Coqueiros" - médio formato - 2008.

23- "Barcos no Rio Caraíva" - 60 X 45 cm - 2008.

24- "Caraíva" - 60 X 45 cm - 2008.

25- "Árvore Quadrada no Quadrado de Trancoso" -60 X 45 cm - 2008.

26- "Árvore Anciã em Poto Seguro" - 60 X 45 cm - 2008.

PAISAGENS

Passei o ano de 2005 criando peças de cerâmica para a exposição que realizaria no ano seguinte na galeria do Centro Cultural Candido Mendes (sobre este assunto veja a postagem no outro blog: http://rpceramica-arte.blogspot.com/). Mas por esta ocasião me veio também uma vontade de pintar paisagens, gênero que eu só abordara de forma indireta durante a graduação na EBA ou criando mundos visionários de FC (veja histórico do blog).


Então pintei uma série de pequenos quadros de paisagens imaginárias, onde se vêem montanhas, praias, penhascos, desertos e céus cheios de nuvens. Elas seriam um prenúncio de uma série de paisagens que viria a pintar em 2008, estas baseadas em uma viagem que fiz a Trancoso, na Bahia, no carnaval daquele ano. Mas esta história será contada mais adiante. Por enquanto fiquemos com as as paisagens de 2005.





1- Praias Tropicais - têmpera de caseína, óleo e pasta de cera sobre compensado - pequeno formato - 2005.



2- Cúmulos - têmpera de caseína, óleo e pasta de cera sobre compensado - pequeno formato - 2005.



3- À Beira-Mar - têmpera de caseína, óleo e pasta de cera sobre compensado - pequeno formato - 2005.



4- Regata Vista do MAC - têmpera de caseína, óleo e pasta de cera sobre compensado - pequeno formato - 2005.



5- Pináculos Vermelhos têmpera de caseína, óleo e pasta de cera sobre compensado - pequeno formato - 2005.



6- Gêmeas - têmpera de caseína, óleo e pasta de cera sobre compensado - pequeno formato - 2005.


Somente a pintura nº 4 partiu de uma paisagem existente, que é a vista da Baia da Guanabara a partir do Museu de Arte Contemporânea, em Noterói (MAC). Mas as cores são tão intensas que pode-se dizer que é uma cena de outro mundo.

Cabeças em Encáustica - 2005

Nesta primeira postagem de 2009, retomarei a ordem cronológica de minha "história ilustrada" trazendo as imagens de um grupo de cabeças inspiradas, mais uma vez, na arte africana. Estas cabeças foram pintadas em 2005 com encáustica ao invés da minha técnica mais usual, que é a pasta de cera. A diferença entre uma e outra (ambas tem uma mistura de ceras como aglutinante) está em que na encaústica é necessário que se utilize o calor para se fazer a pintura, derretendo-se blocos de cera pigmentados com o auxílio de uma chama aberta ou com uma palheta térmica.

Esta técnica é muito antiga e já era praticada pelos artistas gregos clássicos e por seus continuadores romanos. E o que me atrai nela são suas características específicas de aplicação, pouco práticas e desafiadoras. Mas vale o esforço pois o resultado é muito interessante, principalmente pelo aspecto das texturas conseguidas tanto com a espátula como pelos pincéis de cerda (que acabam praticamente destruídos). Antes destas cabeças eu havia experimentado a encáustica em pequenos trabalhos com temática de paisagem, mas só desta vez é que pude experimentar em formatos maiores e num contexto mais apropriado à esta técnica.

Seguem as Cabeças em encáustica:



1- Cabeça III - Encáustica - médio formato -2005
2- Cabeça V - Encáustica - médio formato -2005


3- Cabeça I - Encáustica - médio formato -2005
4- Cabeça VI - Encáustica - médio formato -2005


5- Cabeça VIII - Encáustica - médio formato -2005
6- Cabeça XI- Encáustica - médio formato -2005


7- Cabeça XII - Encáustica - médio formato -2005
8- Cabeça VII - Encáustica - médio formato -2005


9- Cabeça XIII - Encáustica - médio formato -2005
10- Cabeça X - Encáustica - médio formato -2005


11- Cabeça IX - Encáustica - médio formato -2005
12- Cabeça IV - Encáustica - médio formato -2005


13 - Cabeça II - Encáustica - médio formato -2005

Todas estas cabeças tem características bastante primitivas e fantasiosas, onde as cores muito saturadas e a estilização muito forte da face humana as fazem atingir o grotesco. Mas este é o objetivo que eu procurava - muita expressividade sem concessões à "beleza" comum.

Litografias e Serigrafias - 88 e 89

Ainda revirando o baú, trago agora duas séries de gravuras feitas em 88 e 89. As primeiras são litografias realizadas na EBA/UFRJ, sob orientação do professor Kazuo Hia. Esta ótima disciplina (Liografia I) foi a última que cursei antes de me formar. A segunda série de gravuras é de serigrafias editadas por uma galeria de arte que não existe mais e que ficava em Copacabana. Fiz os originais em guache e eles imprimiram uma tiragem de 100 cópias, 50 para mim e 50 para a galeria.

As litografias pertencem a minha fase associada à arte infantil e primitiva (ver o "histórico do blog"), muito do meu gosto naquela ocasião, e seus temas giram ao redor da amizade e do companherismo. Já as serigrafias têm como assunto a fantasia a partir das formas e das cores da nossa fauna tropical, possuindo também um toque de inocência e humor.

Litografias:

1- "Meus companheiros" - Litografia - 24 X 32 cm - 1989.

2- "Entre Amigos" - Litografia - 18 X 29,5 cm -1989.


3- "Gente" - Litografia - 30 x 25 cm - 1989.

4- "Há Muito Tempo..." - Litografia - 26 X 32 cm - 1989.

5-"meus amigos do Caminho" - Litografia - 27 X 22 cm - 1989.

Serigrafias:

1- "Fauna Tropical" - Serigrafia - 50 X 35,5 cm - 1988.

2- "Fauna Tropical II" - Serigafia - 36,5 X 50cm - 1988.

Miscelânea - Parte 2

Continuando a postagem anterior:

O MUNDO INFANTIL

O estilo destes dois trabalhos deriva diretamente do desenho infantil, que eu já vinha explorando há bastante tempo, particularmente em minhas xilogravuras e em algumas pinturas anteriores a 1985 (ver histórico do blog). A primeira é uma interpretação de um tema bíblico, explorado por muitos artistas antes de mim através dos tempos. A minha versão tem um jeito de brincadeira, embora o tema seja (para muitos) sério.

"Fetiches" já trata de um assunto mais solto, não muito específico, cuja interpretação varia muito de acordo com a fantasia de quem o vê. Esta pintura basea-se livremente numa xilogravura minha mais ou menos da mesma época (1986/7).

"A Expulsão de Adão e Eva do Paraíso" - óleo s/ mansonite - médio formato - 1987.

"Fetiches" - óleo s/ mansonite - médio formato - 1987.

FANTASIAS

Estas pinturas têm relação estilística com as que estão acima, contudo são mais coloridas e mais ricas em associações de idéias. A primeira delas, "Atlas", é uma das muitas homenagens que tenho feito aos meus cães de estimação. As demais, cada uma a seu modo, permitem leituras muito diversificadas que deixarei por conta de vocês, apreciadores do meu trabalho. O curioso é que por causa destes quadros, fui considerado como pintor "naïf", mas depois desconsiderado como tal pelos curadores de um determinado museu dedicado a este gênero de pintura no RJ que, a princípio, haviam pensado em recebe-los (em doação) para a sua coleção.

Na época (1989) eu teria feito a tal doação para este museu se eles os tivessem aprovado como primitivos, mas hoje não a faria. Embora não tenha nada contra a arte naïf (muito pelo contrário), de forma nenhuma, apesar dos meus "primitivismos", sou um um artista naïf.

"Atlas" - óleo s/mansonite - médio formato - 1989.
"No Coração da Ilha" - óleo s/mansonite - médio formato - 1989.

" O Vôo Noturno do Avião Presidencial ( O Avião do Lula)" - óleo s/mansonite - 1989.

"Composição tropical" - óleo s/mansonite - médio formato - 1989.

EXPERIÊNCIAS AVULSAS

Em minhas pesquisas plásticas a intuição era (e´) umas das minhas principais ferramentas. Por isso as idéias vão surgindo e tomando forma naturalmente. É claro que estes trabalhos nasceram de idéias anteriores, tanto temáticas quanto plásticas, mas naquele momento não foi uma coisa muito pensada.

A "Cabeça de Negro" deriva diretamente das influências da arte africana em meu trabalho e, plasticamente, das minhas xilogravuras com seus contornos negros e pesados. Já sua textura e formato talvez tenha alguma relação com a cerâmica que eu já desenvolvia na época (ver http://rpceramica-arte.blogspot/). Sobre esta pintura disse, zombeteiramente, um muito conhecido ator de TV, comediante e escritor de teatro, quando de uma visita a minha casa (em 1989, em S. Cristovão/ RJ, para se encontrar com um amigo comum que estava me visitando): "parece a 'Escrava Anastácia!'"

O "Gato Vermelho" simplesmente "surgiu" e não tem maiores explicações. Gosto muito mais de cães, mas não desgosto deste "bichano", principalmente dos maneirismos gráficos que ele ostenta.

"Pássaros" é uma pintura muito singela e poética. Inspirei-me um pouco nas pinturas etruscas da fase mais primitiva para realiza-la. Inclusive para a solução de cor, que é bastante "pastel" quando comparada com as cores da maioria das minhas obras.

"Cabeça de Negro" - óleo e pasta de cera s/mansonite - 90 X 90 cm - 1990.


"Gato Vermelho" - óleo e pasta de cera s/mansonite - 80 X 90 cm - 1990.

"Pássaros" - óleo e pasta de cera s/ mansonite - 60 X 90 cm - 1990.

COLAGEM

Esta pintura faz parte de um grupo já postado aqui, ao qual chamei de "Relíquias" (ver histórico do blog). A idéia era fazer "recortes" em períodos diversos da História da Arte e de outras referências fora das artes e "cola-los" numa mesma obra, juntamente com imagens minhas as mais variadas, buscando uma harmonização plástica, mas não uma lógica temática e visual clara (queria causar mesmo uma certa estranheza com as associações disparatadas, dentro de um contexto algo surrealista). O resultado, às vezes, ficava bastante cômico. Nunca expus esta série de pinturas, o que é uma pena.

"Tupã" - óleo e pasta de cera s/ compensado - 90 X 120 cm - 1991.

SONHOS TROPICAIS

Mais uma vez o tema dos fetiches, aqui na versão do meu estilo mais "pesado", plasticamente falando, o da série "Sonhos Tropicais" (ver histórico do blog). Gosto muito desta pintura.


"Fetiches (Sonhos Tropicais)" - óleo e pasta de cera s/ mansonite - 45 X 90 cm - 1997.

RETORNO À ABSTRAÇÃO

Esta obra faz parte do conjunto de pinturas abstratas realizadas em 1999 (ver histórico do blog). Considero-a um pouco confusa, mas vale como registro da experiência.


"Abstração IV" - guache, óleo e pasta de cera s/ mansonite - 60 X 90 cm - 1999.

SÉRIE PBH

Mais uma pintura das que fiz para o Pelican Bay Hotel. Como as demais deste conjunto, esta nasceu diretamente do meu mais profundo inconsciente.


"O Super-homem" - óleo e pasta de cera s/ mansonite - 60 X 90 cm - 2001.

E por aqui termino a exposição desta miscelânea de imagens. Se futuramente encontrar em meu acervo outros trabalhos interessantes que tenham ficado de fora deste meu relato visual e autobiográfico, os colocarei para o conhecimento de vocês.

Miscelânea - Iª Parte

Mais uma vez vou dar uma paradinha no desenrolar normal da minha "história ilustrada" e voltar alguns anos no tempo para mostrar alguns trabalhos recentemente "desencavados do meu baú". Resolvi coloca-los todos juntos em duas postagens, embora sejam de épocas diferentes e tenham propostas diversas. A maioria é de trabalhos figurativos, mas existem também alguns abstratos. Todos tem importância no desenvolvimento de minha linguagem e, portanto, não poderiam ficar de fora desta minha autobigrafia visual.

Vamos começar:

SÉRIE PÃO DE AÇÚCAR

Estas três versões do Pão de Açúcar foram pintadas em 1985, época em que eu estava prestes a terminar a parte principal do meu curso de pintura na EBA/UFRJ. Eles refletem meu intresse naquela ocasião por pintura de paisagem num contexto expressionista, com muito empastamento, gestualidade e cores fortes.

Todos foram inscritos no Salão Nacional daquele ano (quando ainda este evento tinha alguma importância). Quase foram aceitos...

"Pão de Açúcar" - óleo s/ mansonite - médio formato - 1985.

"Pão de Açúcar II" - óleo s/ mansonite - médio formato - 1985.

"Pão de Açúcar III" - óleo s/ mansonite - médio formato - 1985.

DUAS CABEÇAS

A este conjunto falta uma outra pintura, "Retrato de Minha Irmã Adolescente", que ganhou um prêmio de aquisição no Salão de Pernambuco em 1986, ficando por lá. Juntamente com estas duas obras, mostra meu interesse pelo expressionismo, só que aqui numa proximidade maior com a abstração. A "Figura" ainda demonstra uma influência da pintura do Miró, tendo sido executada num processo muito livre e intuitivo, através de tintas respingadas , guache e têmpera, com sobreposições de camadas posteriores mais grossas de óleo. A "Pequena Figura" também segue este procedimento, mas se afasta do resultado anterior pela gestualidade na aplicação das cores e texturas feitas com espátula.

"Figura" - Guache, têmpera e óleo sobre papelão corrugado montado em mansonite - 60 X 90 cm - 1985.

"Pequena Figura" - óleo s/ mansonite - pequeno formato - 1985.

ABSTRAÇÕES

Pintei estes três quadros em meu atelier (improvisado em casa), quando já tinha concluído todo o ciclo profissional do meu curso de pintura (faltava-me concluir algumas matérias do básico que deixara para depois). A minha intenção com esta retomada da abstração (vejam as experiências anteriores no histórico do blog) era aprofundar melhor o meu trato da matéria pictórica, a tinta, trabalhando-a com muito empastamento e dentro da máxima improvisação em termos de composição e harmonização de cor.

A minha idéia era não criar formas muito "amarradas", mas como sou, antes de tudo, um desenhista, não consegui alcançar este objetivo e acabei construindo áreas de cor e forma muito explícitas. Contudo, olhando hoje estes trabalhos, passados 26 anos, continuo gostando bastante deles.

"Abstração" - óleo s/mansonite - 60 X 90 cm - 1986.


"Abstração II" - óleo s/ mansonite - 90 X 60 cm -1986.

"Abstração III" - óleo s/ mansonite - 90 X 65 cm - 1986.

EXEMPLO (QUASE) ÚNICO

Meus interesses sempre foram muito variados. Sempre gostei muito de História e por volta de de 1986 estava lendo o Velho Testamento, atrás de assuntos interessantes para gravar em xilogravura. Foi quando vi num livro antigo algumas figuras pintadas pelos sumérios, de mais de 3.000 anos, e fiquei impressionado pela beleza simples de suas formas, resolvendo fazer uma versão bastante pessoal delas através da minha pintura, numa tentativa de captar aquele clima de "primórdios da civilização humana". O resultado saiu bastante ingênuo e "duro" (gráfico como se fosse uma gravura), mas ainda me agrada, principalmente pelas cores vivas.

O curioso é o contraste que este trabalho faz quando comparado com os expostos acima, feitos na mesma época. Mas, ainda assim, se os olharmos com calma veremos que existem pontos de ligação entre eles, se não pelo tema pelo menos em alguns aspectos plásticos.


"Viagem à Suméria" - óleo s/ mansonite - pequeno formato - 1986.

DA SÉRIE FANTASIAS PERNAMBUCANAS

Esta curiosa pintura faz parte da série que pintei após minha viagem ao Recife, em 1985, para assistir a um seminário sobre restauração de obras de arte (ver histórico do blog). Esqueci qual é o seu título original, mas sei que tem relação com uma música do Gilberto Gil. Como nos demais quadros desta série, minha intenção era "liberar os bichos" e realmente o fiz.



"Fantasia Pernambucana" - óleo s/ mansonite - 90 X 60 cm - 1986.

Continuarei a exposição desta "miscelânea" na próxima postagem.