Já
faz um bom tempo que não posto nada a respeito das minhas gravuras, por isso
vou postar agora uma série recente de xilogravuras cujo tema, mais uma vez,
trata da “máscara afro-brasileira”. Em outras
ocasiões, mostrando aqui pinturas e, no meu outro blog, esculturas de minha
autoria, expliquei o que pretendo com estes trabalhos e como entendo este tema.
Mas não me custa voltar a falar do assunto. Não é nenhuma novidade a participação
histórico-cultural da África em nossa formação como povo; os exemplos abundam e
não vou aqui citá-los porque são do conhecimento de todos. Todavia, por isso
mesmo, na maioria das vezes, passamos “batidos” por estas manifestações e não
nos damos conta do quanto somos parte delas. Então, enquanto artista e
afro-descendente resolvi, já faz um bom tempo, explicitar estes nossos laços
ancestrais através da minha arte. Por isso, partindo das máscaras e esculturas
africanas, crio os meus personagens afro-brasileiros de um jeito bastante livre
e pessoal.
Logicamente
não é possível que se ignore os aspectos simbólicos que estas referências
trazem para o meu trabalho, contudo eles não são propositalmente buscados.
Estas figuras, desta maneira, não representam entidades das religiões
afro-brasileiras. Para mim elas são personagens comuns do nosso dia-a-dia que
carregam nomes comuns (alguns nem tanto), cujo principal interesse que possuem
está em seu aspecto plástico. Com isso quero dizer que o que mais me interessa
ao realizar estes trabalhos (sejam gravuras, esculturas ou pinturas) é o
exercício criativo tendo como base a linguagem da arte africana em seus
diversos aspectos, principalmente em seu poder de síntese da forma humana. Por
outro lado, o jogo com a forma geralmente me leva a resultados um tanto cômicos
e irônicos que considero como marca do meu trabalho. Este é, um aspecto “espiritual”
que emerge destas formas. Pois, pensando de uma forma geral sobre a arte,
acredito que ela tenha um potencial transformador sobre a vida, positivo e para
melhor. Sendo assim, estas minhas criaturas são seres afro-brasileiros
bem-humorados (na maioria das vezes), vivendo suas vidas da mesma forma que
cada um de nós vivemos diariamente as nossas .
Portanto,
vamos a elas, desta vez em sua apresentação xilográfica:
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Ricardo A. B. Pereira - Aparício, xilogravura, 41,5 X 29 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Bete, xilogravura, 42 x 29 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Felisberto, xilogravura, 42 X 28,5 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Felícia, xilogravura, 41,5 x 28,5 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Gumercindo, xilogravura, 42 X 29 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Jamilson, xilogravura, 42 X 29 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Joca, xilogravura, 40 X 27,5 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Jonas, xilogravura, 41 X 29 cm, 2013 . |
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Ricardo A. B. Pereira - Laurentino, xilogravura, 40 X 27,5 cm, 2013 . |
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Ricardo A. B. Pereira - Lopes, xilogravura, 42 X 29 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Mariano, xilogravura, 38,5 X 27 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Matilde, xilogravura, 46 X 31 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Plínio, xilogravura, 39,5 X 24,5 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Reinaldo, xilogravura, 41,5 x 29 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Rodolfo, xilogravura, 45,5 X 31 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Silva, xilogravura, 38,5 x 28 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Zé Roberto, xilogravura, 39,5 x 24,5 cm, 2013. |
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Ricardo A. B. Pereira - Paulão, xilogravura, 42 X 29 cm, 2013. |
Até a próxima.
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